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Coração, coração... que história tens para contar?

Durante décadas, guardei uma imagem errada nas minhas memórias. Um portal, protegido por duas esfinges, que só podia ser atravessado por quem não tivesse medo.


Em situações difíceis, essa imagem surgia, e eu sabia que era impossível para mim passar pelas esfinges, porque seria incapaz de não sentir medo. Afinal, eu sabia do que elas eram capazes. Com os seus olhos, matavam!


Esta imagem, a pairar na minha consciência desde a infância, aterrorizando-me, tinha surgido num filme que todas as pessoas da minha geração conhecem: "The NeverEnding Story" (História Interminável).


Finalmente, pude corrigir a memória. Voltei a ver o filme e fiquei surpreendida quando é explicado o objectivo do portal das esfinges.


"Os olhos das esfinges ficam fechados até que alguém que não sente o seu próprio valor tente passar por elas."


Por que será que na minha memória o que ficou foi que só passaria quem não tivesse medo?


É uma coisa frágil, a memória.


Agarrada a ela vêm bocados do nosso psiquismo, das nossas crenças, dos nossos desejos e dos nossos medos.


Será que lá no fundo um dos meus maiores medos era não conseguir valorizar-me?


Lembro-me que, desde pequena, um dos meus sonhos era poder ser invisível, para que ninguém visse que eu estava ali, pois eu achava que realmente não tinha grande valor.


Nessa altura, eu teria sido destruída pelas esfinges! Que falta de confiança e de amor-próprio!


Mas vamos deixar de falar de mim, sim?, e vamos ver se o herói consegue atravessar o portal...



Ufa... o herói teve dúvidas, mas deu uma corridinha e lá se safou.


Fiz o mesmo muitas vezes!


E hoje, muito mais consciente do que na minha infância, percebo a importância de confiarmos em nós mesmos, sem esperar por validações externas.


"As esfinges vêem o que temos no coração."


Em todo o processo de autoconhecimento, vai haver um momento em que temos de reconhecer o nosso valor, mesmo que ele não seja visível.


Somos todos diferentes, e algumas pessoas nascem com uma confiança inabalável no seu valor, enquanto outras duvidam de si muitas vezes. Eu pertenço a esta última categoria, e chegou um momento na minha vida em que soube que teria de atravessar o portal das esfinges para poder avançar para níveis de consciência mais elevados.


E foi assim que decidi confiar.


Confiar em mim e no meu valor, mesmo que não o consiga ver.


Confiar no meu valor sem precisar de aprovação de pais, de professores, do mundo...


Confiar que não estou cá para ser perfeita.


Confiar que, ao ser quem sou, estarei sempre na direção certa.


"Ele não percebe que já faz parte da história interminável."


A grande premissa deste filme é que cada história está a ser vivida por alguém noutro plano de realidade. Bastian, a criança humana, assiste às aventuras de Atreyu, o herói de Fantasia. E nós, assistimos à história de Bastian.


Mas será que alguém assiste à nossa própria história? Será que a nossa própria história é digna de ser assistida?


E se, a todo o momento, estivermos perante as impiedosas esfinges, que não nos deixam duvidar do nosso valor?


Por precaução, não será melhor vivermos como um exemplo de amor-próprio e confiança?


Sermos heróis na nossa história não significa que não duvidemos bastante ao longo da jornada. Não significa que não haverá batalhas perdidas, feridas abertas, barreiras intransponíveis...


Significa apenas que vamos de Coração aberto para a Vida!


E nessa jornada, podemos ter um vislumbre da Inocência.


Podemos ser Iniciados num novo plano de Consciência.



E, no final da história, talvez sejamos capazes de nomear a Imperatriz da nossa realidade interna.


 

Viaja comigo nas histórias! 🍄✨🌷✨🐉✨👑



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